Voltando de uma pequena hibernação, decidi escrever algumas linhas... São tantos os pensamentos que desejo compartilhar, que decidi voltar com o Toque de Classe (sempre à espera das contribuições do grande Matheus).
E hoje falarei de um assunto muito interessante: Tratamentos Privilegiados.
Vejamos:
"Sérgio Marone: 'Fomos parados, revistados e tratados como bandidos"
Reclamação amparada pelo Autor de Novelas (!?!?) Walcyr Carrasco:
"Solidariedade total ao Sérgio Marone! A polícia não pode tratar o cidadão comum como criminoso! É uma violência!"
"Solidariedade total ao Sérgio Marone! A polícia não pode tratar o cidadão comum como criminoso! É uma violência!"
E o também ator, Bruno Gagliasso, engrossou o coro:
"Enquanto revistam cidadãos, metralhadoras entram nas comunidades e derrubam helicópteros".
***
O que podemos retirar como conclusão dessas duas frases?
1: Autor de Novela é profissão?
2: Ator de Novela é especialista em Segurança Pública??
3: Existência de cidadãos de Primeira e Segunda Classe?
Para as três opiniões aqui colhidas, Sérgio Marone é um cidadão para todos os efeitos. Ator, branco, bonito, famoso, enfim, um "bom partido" como gostam de dizer as Novelas de Época.
Nunca, mas nunca MESMO, deve-se retirar o sossego e a tranquilidade de uma figura dessas. Afinal de contas, ele representa o máximo de sucesso da nossa Sociedade.
Doutra banda temos o desempregado, feio, não-branco, pobre e desconhecido. Esse é a "Treva" como diria Walcy Carrasco.
Agora, fazendo um exercício de imaginação inspirado pelo Gagliasso: qual dessas duas figuras teria mais chance de entrar com armas num morro? Vamos à cena:
Take 1:
Ator bem sucedido num Táxi. Bazucas no porta-malas. Blitz.
- Boa Noite, policial! Como está o senhor?
- Nooooooooooooooossa! Você é o Heath Ledger????
- Nooooooooooooooossa! Você é o Heath Ledger????
- Sou!
- Me dá um autógrafo! Sabe como é, pra minha filhinha...
- Claro, claro, taí. Obrigado!
- Sobe em paz!
Take 2:
Mendigo imundo dentro de um táxi. Remédios no porta-luvas. Filha doente. Alma caridosa que doa remédio e um táxi.
- Seu policial, estou levando remédio pra minha filha doente.
- Cala a boca que não falei com você, seu merda.
- Tem o que no porta-malas?
- Nada, seu policial. Só tô levando remédio pra minha filhinha.
'Barulho do 1º tapa'
- Desce do carro!
'Surra, surra e mais surra.'
***
Afinal de contas, tratamento diferenciado para cidadãos. Aliás, cidadão só o ator. O mendigo não é considerado cidadão, não é famosidades?
Dois pesos duas medidas. Sempre!
2 comentários:
Se o bandido tivesse toda a impressa a sua disposição, ao ser revistado pela polícia, o que ele diria?
http://rocim.blogspot.com/2009/11/dois-pesos-duas-medidas-um-so.html
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